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Por onde andei…

Atualizado: 15 de set. de 2021

Talvez você nem lembre de mim.

Talvez você esteja com um sorriso agora por ver meu nome e se lembrar de algo que eu tive o privilegio de te inspirar.

Talvez você tenha pensado que eu sumi, parei, desisti e que era só mais uma “coach fogo de palha”…


Mas eu venho te dizer que essa mensagem não é sobre mim, mas sobre a SUA JORNADA.


De alguma maneira nossos caminhos se cruzaram e fizemos parte um da vida do outro. E, na minha visão, isso deve ser honrado e celebrado.


Em setembro de 2002, naquela manhã cinza e gelada (pelo menos era assim que eu me lembro do pequeno jardim aberto do hospital Centro Médico de Campinas), vi toda a minha família reunida, chorando, fingindo um sorriso no canto do rosto e esboçando uma cara fake de tranquilidade e fé.

Mas a verdade é que a maioria deles (ou todos) não tinha a menor ideia se aquela seria a última vez que me veria.

Dois dias antes eu fui diagnosticada com um angioma venoso e uma mal formação artério-venosa (MAV) já em sangramento. Qualquer esforço e BUM! Eu era literalmente uma bomba relógio. As opções não eram muito boas e os médicos foram categóricos: 5% de chance de sobreviver à cirurgia, porém se sobreviver ficará cega e sem um raciocínio lógico condizente para uma vida regular.

O desespero de todos mexeu muito comigo e a ficha começou a cair. Eu tinha apenas 21 anos, planos de ir para o exterior, no meio de um curso universitário, vida de festas com amigos. Sonhos… Muitos sonhos com risco de serem interrompidos.

Lembro da força que eu fiz para não tirar o sorriso do rosto, garantindo que eu voltaria.

Mas foi quando meu pai, um homem incrível mas naquela época nada carinhoso, se debruçou sobre minha maca já na porta do centro cirúrgico e chorou desesperadamente pelo medo de me perder. Eu não esperava aquela reação dele e me bateu um desespero semelhante.


Se aquele homem centrado, sério, pragmático, científico e que eu nunca tinha visto mover uma ruga da testa por nenhum problema estava com medo, então pela primeira vez, eu encarei o fato de que aqueles poderiam ser meus últimos minutos de vida, conforme alertado pelos médicos.


Logo que aquelas grandes portas verde-agua se fecharam atrás de mim, meu coração começou a ser inundado de perguntas.

Diferentemente do que sempre ouvi sobre o “filme” que passa na cabeça nos últimos instantes, me veio uma sensação de “MEU DEUS! O QUE EU FIZ ATÉ AGORA?

POR QUE NÃO APROVEITEI MAIS?

POR QUE ME IMPORTEI TANTO COM OS OUTROS?

EU AMEI O SUFICIENTE E DEMONSTREI ISSO?


EU FUI EU MESMA? QUEM SOU EU?


QUE IMPORTÂNCIA EU TENHO PRA ESSE MUNDO? O QUE VAI MUDAR SE EU FOR?


QUAL IMPACTO CONSEGUI GERAR NESSES ANOS DE EXISTÊNCIA?


Juro que isso ficou martelando minha cabeça muito mais que o medo de morrer. Porque se essas perguntas não tivessem respostas que me representassem, então por que eu deveria ficar?

Isso parece bem pesado, mas creio que ali o Criador me deu o privilégio de entender o que era e qual era o meu propósito.


Foram poucos minutos, mas fiquei tão arrependida de não me sentir orgulhosa da minha história que, mesmo já sonolenta com o sedativo calmante pré cirurgia, só tive forças para pedir ao médico que me avisasse antes de aplicar a anestesia.

Eles se olharam, não entenderam, mas me avisaram e me deram meu tempo.

Eu orei com toda a minha força a Deus pedindo perdão por não ter honrado da melhor maneira a dádiva de cada segundo de vida.

Eu supliquei por uma nova chance.

Como eu queria uma nova chance de fazer diferente e entregar ao mundo exatamente o que eu vim pronta e escolhida pra fazer. Eu prometi que buscaria todos os dias qual seria a missão e a melhor forma de cumpri-la.

Eu só pedi que Ele cuidasse de mim, e adormeci com a anestesia cantando um louvor que expressava minha única fonte de fé naquele momento. Não era mais sobre mim, sobre os médicos, sobre a ciência ou tecnologia. Agora, só algo maior poderia me fazer ficar.

De repente, eu abro os olhos.

Meio embaçados, mas eu não tinha força nas mãos pra esfrega-los. Também não sabia direito onde eu estava. Mas me lembro da primeira sensação e reação: eu gritei por um prato de comida. E fui específica: Bife a Parmegiana e Creme de Papaya com Cassis.

Ainda meio zonza sem entender e sentindo aquele mal humor insuportável de quem está com fome (se você já ficou em um hospital após jejum, sabe do que estou falando rs) os barulhinhos dos monitores me fazem perceber que estou provavelmente na UTI, não sei quanto tempo se passou e vou lentamente tentando me situar…

Foi quando inclinei um pouco a cabeça e vi minha mamãe, quase subindo em cima de mim gritando e repetindo: quanto é 2+2??? quanto é 2+2??? E eu respondi: 4 ué , por que isso mãe? Estou aqui morrendo de fome, saindo de uma cirurgia e tenho que ter aula de matemática infantil essa hora? Confesso que me senti confusa, porque ela começou a chorar e me abraçar quando eu respondi “4”.


Foi só quando ela saiu gritando e chorando: ela está viva! Ela está enxergando!!! Ela sabe fazer contas!!! Ela ficou e voltou perfeita!

Eu não sei responder em que momento exato no hospital minha ficha caiu, mas foi lá.


Eu fiquei! Eu tive a minha segunda chance! E eu tinha a resposta mais importante:

EU TINHA IMPORTÂNCIA PARA O MUNDO. (Senão eu não teria atravessado a improbabilidade e vivido um milagre).


EU TINHA UM IMPACTO A CAUSAR.

Eu prometi que eu faria diferença por onde quer que eu fosse, não importa como nem onde.


Eu senti no coração de escrever esse livro-post 😅 porque eu precisava expressar o que o “Instituto Mariana Salomão“ ou a Coach/ Professora/ Mentora / Palestrante Mariana Salomão ou ainda a blogueirinha / influencer Mari Salomão realmente significam. Não é sobre os trocentos cursos que fiz, sobre as centenas de livros que li, o número de seguidores que tenho, os cargos que ocupei, os palcos que subi, os nomes importantes que me associei…

É sobre aquele dia que eu abri os olhos e enxerguei.

É sobre o dia que eu saí do hospital, carequinha, é verdade, mas viva e inteira (ou quase inteira 🤷🏼‍♀️).

É sobre segundas chances e o milagre da vida que temos o privilégio de desfrutar juntos e conectados todos os dias.


Sua história é minha história.


A cirurgia aconteceu dia 09/09/2002. Mas foi no dia 13/09/2002 que eu saí daquele hospital com o coração cheio de esperança, sonhos, gratidão e muuuuita vontade de ajudar pessoas a sentirem aquela paixão e ousadia pela vida que eu estava sentindo.


Por isso hoje, simbolicamente 13/09/2021, eu estou retomando com todas as minhas forças as atividades para minha missão de INSPIRAR VIDAS.


E já que você faz parte da minha jornada, me conta:

COMO ESSA HISTÓRIA TE INSPIROU?

Vou amar saber!


E, se não for abuso, me diga:

EM QUE ÁREA DA SUA VIDA VOCÊ GOSTARIA DE MAIS INSPIRAÇÃO ?


Lembre-se:

Viva sua vida com propósito.

Com todo amor,


Mari






Missão maior

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